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quarta-feira, 7 de maio de 2014

[Análise] Game of Thrones: "First of His Name"

Do que serve poder se você não consegue proteger aqueles que ama?



Não foi diferente, a montagem dos episódios nesta temporada está saindo de um mesmo molde. Começa devagar, alguns esclarecimentos, intrigas e o melhor é guardado pro fim. Uma vez ouvi um famoso diretor de cinema que não lembro o nome dizer "Se você tem um roteiro terrível e sabe que não pode salvar o filme, ao menos faça-o com um final memorável. Assim as pessoas que aguentaram ficar até o final ao menos vão sair da sala de cinema com uma boa última impressão, e é ela que fica." Depois do fantástico Oathkeeper semana passada, tivemos um episódio no mínimo tedioso, meio que um intervalo entre os eventos conturbados.

De início vimos Tommen ser coroado rei, com toda corte presente e lá de camarote está Margaery, de luto por Joffrey, que ainda seu corpo nem esfriou e ela já está mexendo os pauzinhos para fisgar o garoto. A cobra Cercei já percebe logo e surpreendentemente, ao contrário do que muitos estavam pensando, não trocam farpas nem a manda ficar longe do filho. Ela diz "Você sabia exatamente o que ele era. Eu também sabia. Você nunca ama uma coisa no mundo como o seu primeiro filho. Não importa o que eles fazem. E o que ele fez, me chocava. Você acha que eu sou o tipo de pessoa que se choca facilmente?". Cercei entrega Tommen de bandeja para a Tyrell, que na cara dura diz que terá conversar com seu pai, como se ninguém soubesse que o que ela mais quer é ser rainha. 

"Nós estamos a frente de muitos casamentos. Eu nem saberei mais do que te chamar, irmã* ou mãe?"

Ainda com Cercei a vimos conversar com seu pai Tywin sobre o julgamento de Tyrion (que pelo preview vai ser no próximo episódio). Na conversa ela planta uma semente sobre o futuro de Tyrion quando pergunta que destino merece aquele que colocou tudo que a família tem em perigo. Mas antes, temos uma revelação bem curiosa. Toda essa riqueza dos Lannisters é só fachada, na verdade, eles estão com um "oceano de dívidas". Também comentando o preview do próximo episódio, esse foi um gancho para vermos a cidade de Bravos pela primeira vez na série, já que a estátua gigante que é mostrada pertence aquele lugar. Não vou entrar muito em detalhes mas lá tem um banco importante e se você lembrar lá do terceiro episódio quando Davos e Shireen conversavam no grupo de leitura, você vai lembrar que ele vai tentar angariar um patrocínio para Stannis, que a propósito, é visto muito provavelmente em Bravos. Voltando a Cercei, a louca ainda aparece passeando com Oberyn Martell nos jardins do castelo e o pede que envie seu navio para Lançassolar apenas para dizer a Myrcella, sua filha, que sua mãe sente muita sua falta. Myrcella foi enviada para lá por ordens de Tyrion, na época substituindo Tywin como a mão de rei, que temia o pior quando as forças de Stannis estavam por invadir Porto Real na que ficou conhecida como a Batalha de Blackwater.



Enfim tivemos um fim do primeiro arco em que Jon e os patrulheiros tentam evitar que Mance Rayder ganhasse a informação de quantos deles protegiam a Muralha, caso se encontrassem com os motineiros. Agora o segundo arco será ainda pior, defender a todo custo Westeros dos selvagens com menos de 100 homens. Bran finalmente entra nesta temporada com estilo, no meio da emboscada, Locke aproveita a confusão para cumprir o que o Lorde Roose Bolton o mandou fazer: Matar os garotos Starks. Como ainda não sabia onde estava Rickon, é provável que o lacaio estava com a intenção de sequestrá-lo para arrancar a verdade dele. Não devia ter feito isso, pois Bran usou seus poderes de warg para controlar Hodor e salvar a si mesmo quebrando o pescoço do seu sequestrador. Muito legal! Um pouco antes Bran e Jojen veem uma árvore da qual acreditam ser o seu objetivo final. E é isso que faz com que Bran escolha em ir em frente ao invés de se revelar para Jon depois do assalto a casa do Kraster, por temer que ele o impeça. Em seguida Jon oferece as mulheres que sobreviveram abrigo e trabalho no Castelo Negro.

Sansa pra variar, só sofre. Parece que a série sempre está procurando nos dar uma lição quando estamos criando esperanças para o bem de um personagem. "Vocês não estão vendo um conto da Disney" é como se quisessem dizer. Sansa foi acolhida por sua tia, Lysa Arryn e seu primo esquisito, Robin Arryn. Ela até tenta manter seu pseudônimo "Alayna Stone" mas logo descobre que sua tia sabe tudo o que seu futuro marido está planejando. Na primeira oportunidade a Lady do Vale arranca a verdade da garota, que Baelish não tinha tirado a sua virgindade. Um verdadeiro ataque de ciúmes, parecia que ela iria enforcar a garota caso fosse preciso! Mas claro que não, Mindinho é um grande estrategista, pragmático, sempre a frente. Ele leva Sansa para o Ninho para ser a prometida de Robin, pois parece que já está contando com a morte de Tyrion que ainda vai ser julgado. 

Ainda mais, Lysa revela que ela foi quem envenenou seu marido, Jon Arryn, a mão do rei que estava morto lá no episódio piloto da série. Já falei um pouco sobre ele na análise passada mas vou falar um pouco mais para esclarecer. Na primeira cena do primeiro episódio da série, Jaime e Cercei aparecem do lado do defunto, Jon, temerosos se mais alguém sabia sobre o "segredinho" deles. Que todos nós mais tarde passamos a saber. Então ligando este evento de 4 anos atrás a Lysa, que falou ser a pessoa que o envenenou, logo vemos que o elo entre ela, os Lannisters e a esse assassinato calculado é nada mais nada menos que o Lord Baelish. Lysa sempre teve ódio de Catelyn por ter o mais bonito dos Starks, Brandon, irmão mais velho de Ned, que humilhou Mindinho pois este gostava da sua irmã e o desafiou para um duelo. Resumindo, Jon Arryn morreu por saber demais, duvidou da linhagem de Robert pois seus filhos eram todos loiros ao invés de cabelos negros como seus bastardos (lembra do Gendry?). Ned assumiu o seu lugar e morreu do mesmo jeito, pois soube do que Jon descobriu e decidiu dar uma chance a Cercei fugir. Todos nós sabemos como essa história acabou.

Arya e o Cão aparecem pouco mas com muita qualidade. O mais legal foi Arya atualizar sua deathlist e depois acordar cedo para praticar sua "dança da água", que aprendeu com o maior espadachim que já viveu, Syrio Forel, a Primeira Espada de Bravos. A cena foi bem legal pois, do seu jeito, o Cão está a ensinando como realmente as coisas são, parece até um Mestre Miyagi. Arya não poderia ter um professor melhor. Lady Brienne e Podrick estão em busca das garotas Starks para cumprir a promessa que Jaime fez a Catelyn e são vistos passando por alguns perrengues ao pernoitar na floresta. Não foi lá muito útil mas serviu para não esquecermos de seus objetivos.


"Eu irei reinar"

Por fim, Daenerys cai na real ao saber que as cidades que libertou estavam sendo dominadas pelos mesmos tipos de pessoas que ela havia protegido. Então ao receber o conselho de Jorah, sobre pegar os navios e partir para Westeros, ela decide ficar e reinar. É uma decisão coerente, pois como ela vai conseguir dominar Westeros se nem consegue dominar Essos? Mas ao mesmo tempo é mais pano pra manga em relação a série. Depois desta decisão, Dany e Westeros parecem uma realidade bem distante.

First of His Name foi o episódio mais tedioso da temporada, talvez por sua montagem não favorecer um crescimento de tensão, tendo pedacinhos de coisas interessantes aqui e ali mas nunca chegando a um patamar mais "Game of Thrones" de ser. Porém, revelou estratégias importantes e guardou a ação pro final, na tentativa de deixar o episódio com um melhor rating. A série precisa de mais ação, tanto quanto quantitativa quanto qualitativamente. O problema não são as poucas lutas mas elas durarem muito pouco, sendo quase que sempre retratadas como "melhores momentos", havendo cortes de edição deixando tudo resumido. Tem que haver continuidade, tensão, como fizeram com a luta de Dondarion e o Cão ou a luta da taverna no segundo episódio dessa temporada. O melhor das Crônicas de Gelo e Fogo são as intrigas é verdade, não quero que a série vire um Spartacus mas gostaria que as lutas ganhassem um nível de detalhe como George faz em tudo nos livros (até no sexo), e a série está poupando demais nesse quesito. Falo isso pois a emboscada da Patrulha e a luta entre Jon e Rast poderiam ser bem melhor. Se o que deveria ser o evento mais empolgante do episódio me deixou sem brilho nos olhos (com exceção do mind-control em Hodor), não posso concluir outra coisa se não dizer que o episódio foi abaixo do esperado.

Nota: 7,0

Preview do próximo episódio:



# Apêndice (Coisas Extras) # 

Coisas que eu queria colocar no post mas não deu pra encaixar. 

* Lembra desse diálogo lá na terceira temporada em Second Sons? No casamento entre Tyrion e Sansa, Cercei dava mais uma de suas patadas na Margaery:


Dança da água da Arya:

O figurino/maquiagem da série está de parabéns, é de encher os olhos!

Outra coisa interessante foi o reencontro entre Snow e Fantasma:

Acho que seria ainda pior se Arya tivesse falado que Forel estava com uma espada de madeira ao invés de estar sem espada

Estranho como concordei com tudo que Cercei disse nesse episódio.

A família mais louca de Westeros se formando:

A deathlist atualizada da Arya:
Leia mais análises dos outros episódios de Game of Thrones clicando aqui.


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